O que esperar de One Battle After Another
Entre tradição e reinvenção, Paul Thomas Anderson prepara mais uma obra que promete desafiar o público e consolidar seu posto como um dos maiores autores do cinema contemporâneo.

by Amanda Castro

Paul Thomas Anderson sempre foi visto como uma mente à frente de seu tempo, um diretor que se tornou referência ao retratar a condição humana em toda a sua complexidade. Desde Boogie Nights - Prazer Sem Limites (1997), que mergulhou no universo da indústria pornográfica dos anos 70 com uma mistura de crueza e empatia, até Magnólia (1999), seu épico coral que se tornou um marco narrativo e emocional, Anderson nunca se contentou com fórmulas fáceis.
O roteiro é assinado pelo próprio Anderson, a fotografia deve contar novamente com a parceria de Robert Elswit, responsável pela textura visual marcante de Sangue Negro (2007), e a trilha sonora ficará sob os cuidados de Jonny Greenwood, do Radiohead, que desde Embriagado de Amor (2002) tem se tornado um dos maiores colaboradores do diretor.
O elenco confirmado reúne nomes de peso como Leonardo DiCaprio, que colabora com o diretor pela primeira vez em um longa-metragem, Sean Penn, Benicio del Toro, Regina Hall, Teyana Taylor e Alana Haim. Esse encontro de gerações promete reforçar o caráter atemporal da narrativa, costurando conflitos íntimos e universais.
Data de Lançamento no Brasil
A data oficial de lançamento de One Battle After Another no Brasil ainda não foi anunciada. Nos Estados Unidos, a estreia está prevista para 26 de setembro de 2025. Geralmente, os filmes de Paul Thomas Anderson chegam ao Brasil com um pequeno atraso em relação ao lançamento nos EUA, mas a data exata será confirmada mais perto do lançamento.
O Significado por Trás do Título
O título One Battle After Another sugere um olhar sobre as batalhas que se sucedem em um ciclo contínuo, possivelmente metaforizando não apenas guerras físicas, mas embates psicológicos e existenciais. Anderson, que já explorou o poder e a obsessão em Sangue Negro e as feridas emocionais em Trama Fantasma (2017), dá indícios de que sua nova obra será tanto uma crônica histórica quanto um retrato subjetivo, no limite entre o épico e o íntimo.
A gênese do projeto e o diálogo com o mundo real
Um detalhe curioso é que, segundo relatos de bastidores, Anderson teria iniciado a concepção do projeto durante a pandemia, refletindo sobre a fragilidade da vida moderna e a forma como as sociedades repetem ciclos de conflito. Esse ponto de partida pode explicar a ênfase do título na ideia de repetição e na inevitabilidade das lutas que travamos, sejam elas pessoais ou coletivas.
A crítica e a expectativa
Do ponto de vista da crítica, a expectativa é de que Anderson mantenha sua tendência de equilibrar narrativas densas com um olhar compassivo sobre seus personagens. Seu cinema é repleto de figuras imperfeitas, que oscilam entre genialidade e autodestruição, entre ternura e brutalidade. A escolha de Leonardo DiCaprio, ator que se destaca justamente por habitar esse território ambíguo, reforça a ideia de um protagonista em constante conflito.
A resiliência de um autor em Hollywood
Historicamente, Anderson sempre se manteve fiel a uma tradição de cineastas autores, aqueles que enxergam o cinema como extensão de sua própria voz. Em uma era marcada por franquias e algoritmos que moldam narrativas, ele representa uma resistência, um lembrete de que ainda há espaço para filmes que não têm medo de ser desconfortáveis, poéticos ou difíceis.
É importante destacar que One Battle After Another já nasce com um desafio: corresponder à aura de expectativa que cerca cada novo filme de Anderson. Seus últimos trabalhos consolidaram-no como um dos grandes nomes da atualidade, mas também elevaram a régua de exigência do público e da crítica. Ao mesmo tempo, essa pressão é combustível para o diretor, que costuma responder não com concessões, mas com ousadia ainda maior.
O futuro da exibição cinematográfica
A curiosidade em torno da produção também se estende ao formato de exibição. Há rumores de que Anderson estaria negociando uma estreia híbrida, em que o filme circulasse tanto pelos grandes festivais de cinema quanto em plataformas de streaming, um movimento que pode ampliar seu alcance sem abrir mão do prestígio.
Ao olhar para sua trajetória, é possível enxergar em One Battle After Another a síntese de tudo o que Paul Thomas Anderson construiu até aqui. Ele é, acima de tudo, um contador de histórias que confia no poder do cinema para provocar, incomodar e, ao mesmo tempo, emocionar. A cada nova obra, reafirma sua posição como uma das cabeças mais pensantes do entretenimento.
E talvez seja justamente esse o maior atrativo de seu próximo filme: a promessa de que, ao entrar em contato com mais uma de suas narrativas, o público será levado a se confrontar com questões que vão além da trama. Anderson não entrega respostas fáceis, mas convida a refletir sobre nossas próprias batalhas, uma após a outra, em um ciclo que atravessa épocas e gerações.
Seja como um épico moderno ou como um retrato intimista, One Battle After Another carrega a marca de uma obra destinada a permanecer na memória. Resta ao público, agora, preparar-se para mais um mergulho na mente de um dos maiores autores do nosso tempo. E a pergunta que fica é: estamos prontos para enfrentar não apenas as batalhas do filme, mas também as que ele despertará dentro de nós?